Comunicar só por comunicar, para quê?
As inúmeras possibilidades de expressão criadas pela internet revolucionaram a forma como nos comunicamos, esta é a grande questão da nossa vida. O assunto foi discutido pelo sociólogo Dominique Wolton, diretor do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França , na conferência “Como Salvar a Comunicação”, na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo, no início desta semana.
O desafio, nesse contexto, é equilibrar o fato de que a comunicação humana, enquanto forma de negociação, é a base da democracia. Não necessariamente faz com que a gente ame o diferente, mas nos dá espaço para respeitá-lo. Isso dificilmente acontece, no entanto, na comunicação técnica. Afinal, como questiona Wolton, quem está efetivamente escutando no momento em que todos se expressam?
O sociólogo explica que precisamos ser mais críticos e mudar a forma de olhar a internet. Os estudiosos da comunicação e da sociologia se dedicaram a apontar defeitos nos veículos de comunicação de massa, como a televisão e o rádio, enquanto a rede eletrônica é vista só em suas virtudes. Mas, para Wolton, ela repete os mesmos problemas.
Nesse mar de informações, o caminho, no entendimento do sociólogo, passa pela revalorização da experiência humana. Já no que diz respeito às instituições, o desafio é garantir a relevância daquilo que se comunica. Esse é o esforço diário da equipe da SP4 para garantir a presença qualificada das empresas e entidades nas diferentes formas de mídia.
Comunicar só por comunicar, para quê?